Até
o final da tarde de ontem, as equipes de buscas não tinham pistas concretas
sobre a localização do avião bimotor que caiu antes de aterrissar em uma pista
do município de Jacareacanga, no oeste do Pará. Na manhã de ontem, amigos e
familiares das pessoas que estavam na aeronave fizeram uma passeata nas ruas de
Jacareacanga pedindo apoio da comunidade e mais empenho nas buscas pelo avião.
Um
comunicado em forma de convite elaborado pelos próprios servidores dos doze Distritos
Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) espalhados pela região circulou pela
Internet convocando para uma passeata em solidariedade aos quatro servidores do
DSEI Tapajós e ao piloto Luis Feltrin, desaparecidos desde a terça-feira, dia
08, quando o avião bimotor PR-LMN, da empresa Jotan Taxi Aéreo desapareceu nos
arredores da cidade de Jacareacanga. A mobilização reuniu centenas de pessoas, entre
servidores da saúde indígena, voluntários, as famílias dos desaparecidos e
moradores de Jacareacanga.
O
objetivo era pedir às equipes de busca, principalmente aos militares da Força
Aérea, do Grupamento Aéreo do Estado e do Exército, que não desistam. Pelas
ruas de Jacareacanga, se disseminou um clima de comoção, já que a esperança
pelos ocupantes do avião serem encontrados com vida ainda existe, mas já está
se esgotando. Inclusive, está sendo oferecida uma gratificação de vinte mil
reais por informações seguras sobre a localização da aeronave.
O
avião bimotor da Jotan Taxi Aéreo prestava serviço para o DSEI Tapajós no
transporte de servidores, equipamentos, materiais e medicamentos para dar
atendimento nas aldeias. Na terça-feira, seria um vôo normal, mas o experiente
piloto Luis Feltrin, proprietário da empresa, acabou se deparando uma tempestade
repentina, com ventos em alta velocidade. Um dos motores parou e o avião foi
perdendo altitude. O último contato via rádio foi por volta do meio-dia. Uma
das passageiras enviou mensagens de celular pela família, antes da aeronave
desaparecer.
Equipes
de busca foram organizadas no mesmo dia. Dois helicópteros, um da Força Aérea
Brasileira e outro do Grupamento Aéreo da Secretaria de Segurança do Estado,
entraram na operação no dia seguinte. Até agora, já foi vasculhada uma área de
mais de 300 mil quilômetros quadrados, mas nada foi encontrado. O planejamento definiu
que todas as informações, por menores que sejam, deveriam ser averiguadas em detalhes.
Além das incursões por via aérea, voluntários montaram cerca de dez equipes e percorreram
outras áreas, por terra e por água. Nem o cansaço e o desgaste exercidos pela
selva ameaçou os ânimos das equipes, que já percorreram uma faixa de mais de
sessenta quilômetros nas margens do rio Tapajós e pelo menos cento e quarenta
quilômetros pela rodovia Transamazônica.
No
final da semana passada, com mais de dez dias de buscas, o helicóptero da Segup
teve que retornar para a base para manutenção. A aeronave da FAB foi
substituída e a equipe foi reforçada. Mas as buscas não avançaram. Em mais uma tentativa
para acelerar a operação, foi solicitado apoio do Exército, que designou um
grupo de doze homens, que já estão em Jacareacanga, prontos para entrarem na
selva em mais uma incursão.
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