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terça-feira, 1 de abril de 2014

BUSCAS POR AVIÃO PROSSEGUEM EM JACAREACANGA

Passeata em solidariedade aos desaparecidos em vôo de taxi aéreo mobiliza região do Tapajós

Até o final da tarde de ontem, as equipes de buscas não tinham pistas concretas sobre a localização do avião bimotor que caiu antes de aterrissar em uma pista do município de Jacareacanga, no oeste do Pará. Na manhã de ontem, amigos e familiares das pessoas que estavam na aeronave fizeram uma passeata nas ruas de Jacareacanga pedindo apoio da comunidade e mais empenho nas buscas pelo avião.

Um comunicado em forma de convite elaborado pelos próprios servidores dos doze Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) espalhados pela região circulou pela Internet convocando para uma passeata em solidariedade aos quatro servidores do DSEI Tapajós e ao piloto Luis Feltrin, desaparecidos desde a terça-feira, dia 08, quando o avião bimotor PR-LMN, da empresa Jotan Taxi Aéreo desapareceu nos arredores da cidade de Jacareacanga. A mobilização reuniu centenas de pessoas, entre servidores da saúde indígena, voluntários, as famílias dos desaparecidos e moradores de Jacareacanga.

O objetivo era pedir às equipes de busca, principalmente aos militares da Força Aérea, do Grupamento Aéreo do Estado e do Exército, que não desistam. Pelas ruas de Jacareacanga, se disseminou um clima de comoção, já que a esperança pelos ocupantes do avião serem encontrados com vida ainda existe, mas já está se esgotando. Inclusive, está sendo oferecida uma gratificação de vinte mil reais por informações seguras sobre a localização da aeronave.

O avião bimotor da Jotan Taxi Aéreo prestava serviço para o DSEI Tapajós no transporte de servidores, equipamentos, materiais e medicamentos para dar atendimento nas aldeias. Na terça-feira, seria um vôo normal, mas o experiente piloto Luis Feltrin, proprietário da empresa, acabou se deparando uma tempestade repentina, com ventos em alta velocidade. Um dos motores parou e o avião foi perdendo altitude. O último contato via rádio foi por volta do meio-dia. Uma das passageiras enviou mensagens de celular pela família, antes da aeronave desaparecer.

Equipes de busca foram organizadas no mesmo dia. Dois helicópteros, um da Força Aérea Brasileira e outro do Grupamento Aéreo da Secretaria de Segurança do Estado, entraram na operação no dia seguinte. Até agora, já foi vasculhada uma área de mais de 300 mil quilômetros quadrados, mas nada foi encontrado. O planejamento definiu que todas as informações, por menores que sejam, deveriam ser averiguadas em detalhes. Além das incursões por via aérea, voluntários montaram cerca de dez equipes e percorreram outras áreas, por terra e por água. Nem o cansaço e o desgaste exercidos pela selva ameaçou os ânimos das equipes, que já percorreram uma faixa de mais de sessenta quilômetros nas margens do rio Tapajós e pelo menos cento e quarenta quilômetros pela rodovia Transamazônica.

No final da semana passada, com mais de dez dias de buscas, o helicóptero da Segup teve que retornar para a base para manutenção. A aeronave da FAB foi substituída e a equipe foi reforçada. Mas as buscas não avançaram. Em mais uma tentativa para acelerar a operação, foi solicitado apoio do Exército, que designou um grupo de doze homens, que já estão em Jacareacanga, prontos para entrarem na selva em mais uma incursão.

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