Protestos são contra a falta de investimentos da concessionária visando garantir o fornecimento de energia no município.
Donas de casa, empresários, comerciantes, pescadores, líderes sindicais e comunitários, produtores rurais e demais representantes da sociedade civil foram às ruas de Tucuruí na manhã de ontem para protestar contra a Celpa e as constantes quedas de energia na cidade e no campo. Além da falta de energia, os protestos são contra a falta de investimentos da concessionária visando garantir o fornecimento de energia no município.
Conforme Ademar Ribeiro, líder comunitário do bairro do Mangal, a população de Tucuruí chegou ao limite e não aceita mais o descaso explícito da concessionária. "Há anos essas lideranças brigam contra a má prestação de serviço dessa empresa. O que conseguimos até agora são apenas promessas e muitos prejuízos", observa Ademar.
Quem foi às ruas hoje para protestar endossa um documento apresentado junto ao Ministério Público. "Temos uma energia péssima e muito cara. Nossos aparelhos estão queimando e não temos ressarcimento. Para conseguir repor um aparelho queimado é muita burocracia. Quem fica no prejuízo somos nós, consumidores", denuncia Ademar.
O ato iniciou pela manhã em frente ao escritório local da Celpa, onde os manifestantes cobraram da empresa melhorias no fornecimento de energia. Outra demanda quer obrigar a concessionária a rever as políticas de ressarcimento da clientela da região, já que os constantes apagões e queda de energia já queimaram vários aparelhos. As quedas de energia se tornaram constantes na cidade desde dezembro do ano passado e tem trazido prejuízos para empresas e moradores de todos os bairros de Tucuruí.O vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Tucuruí, Marcelo Bulhões, falou sobre as inúmeras perdas que os empresários do município estão tendo com as constantes quedas de energia. “Computadores, instalações, impressoras, freezers e até geradores de energia já se perderam por conta dos apagões. O pior disso tudo é que Tucuruí é a sede da usina. Por isso, os movimentos sociais vêm a público mostrar o descontentamento da população com os serviços prestados pela Celpa”, explica.
Os manifestantes seguiram em passeata para o Fórum de Tucuruí, onde a pauta de reivindicações foi entregue ao judiciário. Daniel Negreiros, diretor de engenharia da Celpa, disse que 20 milhões já foram investidos e já foram instalados novos circuitos e alimentadores além de construir uma nova subestação. Para este ano, a empresa deve investir cerca de R$ 4 milhões, no intuito de manter a qualidade no fornecimento. Quanto aos apagões, o problema foi gerado nas dependências da Eletronorte. Informação que é refutada pela Olivaldo Barbosa, presidente do Sindicato dos Urbanitários do Pará, foi enfático em afirmar que os problemas dos apagões não são responsabilidade da Eletrobras Eletronorte porque a Estatal é responsável pela geração de energia e não a distribui. A Celpa é apontada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) como uma das piores concessionárias do País.
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