Detentos do Centro de Recuperação Regional de Tucuruí (CRRT) se rebelaram na manhã de ontem para exigir melhorias na penitenciária. O motim começou por volta de 6h30, durante o café da manhã, quando nove presos, da cela 8, do bloco B, tomaram de refém um agente prisional do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe). Eles exigem soluções imediatas para a questão da superlotação. Hoje, o Centro abriga 290 internos, mas foi construído para atender 120 presos.
A
rebelião acontece menos de uma semana após o motim onde os detentos queimaram
colchões para protestar contra a superlotação no local. No último dia 22,
internos do regime semiaberto se queixaram da superlotação e da morosidade no
julgamento dos processos.
Construído
para receber 40 presos, o Centro já abriga 75 detentos no regime semiaberto e
tem sido constantemente palco de protestos. Conforme os amotinados as condições
do local são sub-humanas e os constantes motins são para exigir melhorias nas
condições do presídio. Eles exigem ainda a redução e adequação do número de
detentos do Centro que deveria conter 120 internos.
Às 11h, a
juíza da Comarca de Tucuruí, Cíntia Beltrão, e o Promotor de Justiça, Charles
Teixeira, chegaram ao Centro, acompanhados de 14 militares do Grupamento Tático
da PM e mais 10 Policias Militares. Eles ouviram as reclamações e as denúncias
dos presos e anotaram as demandas dos rebelados. Com a chegada da Juíza e do Promotor
de Justiça o refém foi liberado.
Por volta
das 11h30, a Polícia Militar conseguiu entrar no prédio para intermediar a
liberação do refém e encerrar a rebelião. À frente da operação, o Grupo de
Operações Especiais da PM, comandado pelos comandantes da 15ª Zpol, Capitão
Jonildo, e da IV Regional Coronel Barata.
Conforme
informou o Coronel, os rebelados exigem rapidez no desenrolar dos processos, já
que existem casos de presos que já cumpriram suas penas bem como a reversão de
penas para regime semiaberto e aberto. Familiares que aguardavam notícias às
portas do Centro de Recuperação dizem que a situação no local é caótica e não
há condições de ninguém se recuperar num lugar que serve de “depósito de
gente”. Eles denunciam que há falta constante de alimentação, falta água
potável e muitas vezes os detentos são obrigados a pagar “taxa” para poderem
beber água gelada.
O
superintendente do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), Tenente Coronel
André Moura, falou com os detentos por volta das 13h e constatou algumas
irregularidades denunciadas por detentos e familiares. Assim como o não
cumprimento do acordo celebrado na última manifestação. O superintendente ouviu
ainda dos detentos a exigência da troca imediata da direção do Centro de
recuperação.
Em menos de um ano, esta é a terceira rebelião que acontece no Centro de
Recuperação Regional de Tucuruí (CRRT). Em maio do ano passado, cerca
de 150 detentos do Centro se rebelaram para exigir melhorias na penitenciária.
O último aconteceu na última quarta-feira (22). Os motivos são sempre os mesmos
detentos exigem soluções imediatas para a questão da superlotação. São 290
presos em um local construído para atender 120 presos.
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