De acordo
com o relatório divulgado recentemente pelo Ministério do Meio Ambiente, quatro
municípios do oeste paraense concentram metade do desmatamento do Estado do
Pará. São eles Altamira, Novo Progresso, Itaituba e São Félix do Xingu. Segundo
o relatório, trata-se de municípios fortemente afetados pelos projetos de
energia, infraestrutura e de garimpo (mineração), que valorizam as terras e
atraem novas ocupações para a região. No documento, divulgado na última
quarta-feira,14, consta a estimativa da taxa anual do desmatamento medida pelo
Prodes, o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia, que aponta
terem sido desmatados 5.843 km² no período de agosto de 2012 a julho de 2013 -
um aumento de 28% em relação à estimativa anterior.
De acordo
com o Prodes, o desmatamento também subiu no Pará, de 1.741 km² para 2.379 km²,
no comparativo entre 2012 e 2013, o que corresponde a um aumento de 37%, número
superior ao aumento na Amazônia, mas abaixo de outros Estados, como Mato Grosso
(52%), Roraima (49%) e Maranhão (42%).No entanto, nos últimos meses o
desmatamento voltou a cair, segundo Justiniano Netto, secretário extraordinário
coordenador do Programa Municípios Verdes (PMV), e os meses de julho, agosto e
setembro de 2013 apontaram quedas significativas nos números do desmatamento no
Estado, de acordo com os alertas do Deter (Inpe) e do SAD (Imazon). E mesmo com
a alta anunciada pelo Prodes, os dados de 2013 ainda representam a segunda
menor taxa histórica já registrada na Amazônia e no Pará, atrás apenas do ano
de 2012.
A taxa de
desmatamento após a criação do PMV, ou seja, de 2011 a 2013, registrou uma
queda de 21%, enquanto que, no mesmo período, a Amazônia reduziu 9%. “É preciso
analisar não apenas o ano, mas um período um pouco maior. Em 2008, o
desmatamento deu um repique, o governo reagiu e, nos anos seguintes, voltou a
cair”, lembra Justiniano. “O importante é continuar a agir, mantendo o foco e a
união de esforços”, concluiu.
No Pará,
a coordenação do PMV alertava - conforme o Boletim do Desmatamento, edição
de julho de 2013, para a provável subida este ano, tendo em vista os números
dos sistemas de alerta do Deter e do SAD e, principalmente, os relatos de campo
feitos pelos municípios engajados no programa. “O aumento já era esperado e
ocorreu, principalmente, no segundo semestre do ano passado”, lembra Justiniano
Netto, secretário extraordinário coordenador do PMV. “Apesar de preocupante,
esta alta não pode desmerecer o trabalho feito até agora. O que precisamos é
entender bem suas causas e persistir nas medidas necessárias para contê-la”,
acrescentou.
No Pará,
o aumento ocorreu sobretudo na região sudoeste do Estado, ao longo da BR-163,
incidindo sobre terras devolutas ou Unidades de Conservação, a maioria de
jurisdição federal, caracterizando o chamado desmatamento “especulativo”, que é
a invasão de áreas públicas por parte de grileiros ou posseiros ilegais.
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