Após a repercussão da denúncia de agressão contra a universitária Miriam Ruth da Silva Magalhães em uma casa noturna de Belém, a academia de jiu-jitsu onde o suspeito da agressão, Airton Carneiro, é aluno, decidiu suspendê-lo das atividades por tempo indeterminado. Em nota, a direção da Broca Fight Team informou que repudia qualquer tipo de violência, que se solidariza com a família da vítima e lamenta o ocorrido.
O caso
aconteceu na madrugada da última segunda-feira (11). A universitária Miriam
Ruth, 22 anos, conta que estava em uma casa noturna com as amigas da faculdade
quando um grupo de rapazes chegou e teria colocado um balde de bebida na mesa
delas. Incomodadas, as jovens chamaram a segurança do estabelecimento. Depois
disso, Airton teria assediado Miriam, que o teria repreendido e então o jovem a
agrediu com socos e chutes.
Airton
Carneiro admite a participação no episódio de agressão, no entanto, alega que a
violência foi mútua, de acordo com nota de esclarecimento divulgada por seus
advogados na quarta-feira (13). Segundo a nota, o suspeito relata ter colocado
um copo na mesa utilizada por Miriam, que teria dito: "quem é pobre e não
tem dinheiro para comprar mesa, não pode usar". A versão do suspeito afirma
ainda que as duas partes teriam se envolvido em uma discussão, onde ele teria
sido ofendido e houve agressões de forma recíproca.
Jiu-jitsu
Walter "Broca", faixa preta 4º grau
de jiu-jitsu e professor de Airton, conta que o aluno é faixa preta na arte
marcial e estava há cerca de seis anos na academia de propriedade de
"Broca". O professor informou nesta quinta-feira (14) que decidiu afastar
o aluno até que os fatos sejam esclarecidos, mas que repudia qualquer forma de
violência. “Nas dependências da academia pregamos o respeito, disciplina e
equilíbrio. A expulsão definitiva não está descartada" diz Walter Broca,
professor de jiu-jitsu.
"É a
primeira vez, em 16 anos, que acontece um caso de violência com um aluno meu.
As investigações vão mostrar o que realmente houve. Independente de qualquer
coisa, não há justificativa, está errado agredir uma mulher", comentou o
professor sobre o ocorrido.
"Como
professor, a gente é educador. O jiu-jitsu é uma arte marcial usada para defesa
pessoal, saúde física, mental e, principalmente, autocontrole. Nas dependências
da academia pregamos o respeito, disciplina e equilíbrio. A expulsão definitiva
não está descartada", afirmou "Broca".
Investigações
De acordo com a Polícia Civil, a apuração terá
duas frentes, sendo uma com a instauração de inquérito para investigar a
violência sofrida pela vítima, e a outra pela Corregedoria Geral da PC para
esclarecer a denúncia de que a delegada de plantão da Divisão Especializada no
Atendimento à Mulher (DEAM) teria se negado a atender a ocorrência.
Denúncia
Miriam é estudante de medicina e contou que
saiu no domingo (10) à noite para comemorar a conclusão do curso de graduação
com as amigas da faculdade na casa noturna. No Boletim de Ocorrência, a jovem
relata que foi agredida fisicamente por um homem que teria ficado insatisfeito
diante da falta de interesse da estudante frente ao assédio dele. De acordo com
a mãe da vítima, Jucy Nery, as universitárias tinham reservado uma mesa na casa
noturna e chegaram ao local às 20h do último domingo. Por volta de meia-noite,
um grupo de rapazes chegou ao local e tentou se aproximar para também ocupar a
mesa.
As moças
reclamaram e acionaram o segurança do estabelecimento, que foi até onde elas
estavam e retirou um balde de cerveja que os rapazes haviam colocado na mesa
das garotas. Mesmo depois de ser repreendido pelo segurança, um dos homens
continuou tentando se aproximar e agarrou Miriam por trás.
A
universitária o empurrou e ele teria revidado com um soco no rosto da jovem.
Miriam caiu no chão e o rapaz começou a desferir chutes contra a vítima. Ele
foi contido pelos amigos e em seguida fugiu. A segurança da casa noturna
acionou a Polícia Militar, que colheu o depoimento de testemunhas que
identificaram o suspeito.
Jucy contou
ainda ao G1 que depois da denúncia nas redes sociais, outras pessoas entraram
em contato com elas para informar que o suspeito já teria agredido outras
pessoas, inclusive mulheres em situação semelhante à ocorrida. O depoimento de
Airton Carneiro à polícia está previsto para esta sexta-feira (15).
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