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quinta-feira, 14 de abril de 2016

UNIVERSITÁRIA AGREDIDA DENTRO DE BAR EM BELÉM POR LUTADOR DE JIU-JITSU. ACADEMIA AFASTOU ACUSADO.



Após a repercussão da denúncia de agressão contra a universitária Miriam Ruth da Silva Magalhães em uma casa noturna de Belém, a academia de jiu-jitsu onde o suspeito da agressão, Airton Carneiro, é aluno, decidiu suspendê-lo das atividades por tempo indeterminado. Em nota, a direção da Broca Fight Team informou que repudia qualquer tipo de violência, que se solidariza com a família da vítima e lamenta o ocorrido.

O caso aconteceu na madrugada da última segunda-feira (11). A universitária Miriam Ruth, 22 anos, conta que estava em uma casa noturna com as amigas da faculdade quando um grupo de rapazes chegou e teria colocado um balde de bebida na mesa delas. Incomodadas, as jovens chamaram a segurança do estabelecimento. Depois disso, Airton teria assediado Miriam, que o teria repreendido e então o jovem a agrediu com socos e chutes.

Airton Carneiro admite a participação no episódio de agressão, no entanto, alega que a violência foi mútua, de acordo com nota de esclarecimento divulgada por seus advogados na quarta-feira (13). Segundo a nota, o suspeito relata ter colocado um copo na mesa utilizada por Miriam, que teria dito: "quem é pobre e não tem dinheiro para comprar mesa, não pode usar". A versão do suspeito afirma ainda que as duas partes teriam se envolvido em uma discussão, onde ele teria sido ofendido e houve agressões de forma recíproca.

Jiu-jitsu

 Walter "Broca", faixa preta 4º grau de jiu-jitsu e professor de Airton, conta que o aluno é faixa preta na arte marcial e estava há cerca de seis anos na academia de propriedade de "Broca". O professor informou nesta quinta-feira (14) que decidiu afastar o aluno até que os fatos sejam esclarecidos, mas que repudia qualquer forma de violência. “Nas dependências da academia pregamos o respeito, disciplina e equilíbrio. A expulsão definitiva não está descartada" diz Walter Broca, professor de jiu-jitsu.

"É a primeira vez, em 16 anos, que acontece um caso de violência com um aluno meu. As investigações vão mostrar o que realmente houve. Independente de qualquer coisa, não há justificativa, está errado agredir uma mulher", comentou o professor sobre o ocorrido.

"Como professor, a gente é educador. O jiu-jitsu é uma arte marcial usada para defesa pessoal, saúde física, mental e, principalmente, autocontrole. Nas dependências da academia pregamos o respeito, disciplina e equilíbrio. A expulsão definitiva não está descartada", afirmou "Broca".

Investigações

 De acordo com a Polícia Civil, a apuração terá duas frentes, sendo uma com a instauração de inquérito para investigar a violência sofrida pela vítima, e a outra pela Corregedoria Geral da PC para esclarecer a denúncia de que a delegada de plantão da Divisão Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) teria se negado a atender a ocorrência.

Denúncia

 Miriam é estudante de medicina e contou que saiu no domingo (10) à noite para comemorar a conclusão do curso de graduação com as amigas da faculdade na casa noturna. No Boletim de Ocorrência, a jovem relata que foi agredida fisicamente por um homem que teria ficado insatisfeito diante da falta de interesse da estudante frente ao assédio dele. De acordo com a mãe da vítima, Jucy Nery, as universitárias tinham reservado uma mesa na casa noturna e chegaram ao local às 20h do último domingo. Por volta de meia-noite, um grupo de rapazes chegou ao local e tentou se aproximar para também ocupar a mesa.

As moças reclamaram e acionaram o segurança do estabelecimento, que foi até onde elas estavam e retirou um balde de cerveja que os rapazes haviam colocado na mesa das garotas. Mesmo depois de ser repreendido pelo segurança, um dos homens continuou tentando se aproximar e agarrou Miriam por trás.

A universitária o empurrou e ele teria revidado com um soco no rosto da jovem. Miriam caiu no chão e o rapaz começou a desferir chutes contra a vítima. Ele foi contido pelos amigos e em seguida fugiu. A segurança da casa noturna acionou a Polícia Militar, que colheu o depoimento de testemunhas que identificaram o suspeito.

Jucy contou ainda ao G1 que depois da denúncia nas redes sociais, outras pessoas entraram em contato com elas para informar que o suspeito já teria agredido outras pessoas, inclusive mulheres em situação semelhante à ocorrida. O depoimento de Airton Carneiro à polícia está previsto para esta sexta-feira (15).

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