O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio das promotoras de Justiça de Tucuruí, Francisca Suênia Fernandes de Sá, Amanda Luciana Sales Lobato e Adriana Passos Ferreira, ajuizou ontem (18) Ação Civil Pública (ACP) de responsabilidade por dano ao patrimônio público e improbidade administrativa em desfavor do presidente da Câmara de Vereadores do Município de Tucuruí, Daivyson Furtado da Silva, por autorizar e usufruir do pagamento de diárias a vereadores e servidores da Câmara Legislativa sem comprovação da finalidade pública das mesmas, o que caracteriza fraude de desvio de dinheiro público.
Na ação MPPA
requer a condenação do presidente da Câmara à perda do cargo público, suspensão
dos direitos políticos, bloqueio de bens, multa e à proibição de contratar com
o poder público, além da devolução aos cofres da Câmara de Tucuruí dos valores
recebidos nas diárias.
A Ação Civil
é desdobramento da “Operação Citronela”, deflagrada em dezembro do ano passad,o
pela Promotoria de Justiça de Tucuruí em parceria com o Núcleo de Combate à
Improbidade Administrativa e à Corrupção (NCIC) e Grupo de Atuação Especial no
Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que efetuou mandados de busca e apreensão
de documentos relativos à licitação, contratação e pagamentos realizados pela
Câmara Municipal.
Posteriormente
os demais vereadores e servidores também serão responsabilizados pelos atos.
Entenda o
caso
A Promotoria
de Justiça de Tucuruí instaurou em janeiro desse ano diversos inquéritos civis
a fim de apurar o pagamento de diárias de supostas viagens que não possuem
comprovação de veracidade e de finalidade pública. As mesmas eram realizadas
por vereadores e servidores da Câmara, no período de 2013 a 2015.
“Existem
provas documentais robustas de que alguns vereadores e servidores do Poder
Legislativo do Município de Tucuruí estariam simulando “viagens” para diversas
cidades do nosso estado para obter o numerário equivalente às diárias como
“complemento de seus salários”, explicam as promotoras de Justiça na Ação Civil
Pública.
As análises
realizadas nos documentos apreendidos durante a Operação Citronela apontam que
desde o ano de 2013 até 2015 mais de 300 diárias foram pagas pela Câmara a
vereadores e servidores da instituição, que solicitaram as mesmas sem
comprovação e demonstração de, ao menos, o local de destino das supostas
viagens.
Em resposta,
o vereador Daivyson da Silva disse que para a legalizar o pagamento de diárias
basta apresentar a declaração do próprio vereador ou servidor afirmando que
estaria viajando para determinada cidade para tratar assuntos de interesse do
Poder Legislativo.
Entretanto,
o servidor público ou agente político deve provar documentalmente, antes e
depois da viagem, a veracidade do deslocamento e o seu local de destino, além
da finalidade pública representando o Poder Legislativo de Tucuruí, a fim de
que ocorra a liberação do dinheiro público para o pagamento da diária.
"O
Presidente da Câmara autorizava de forma desmedida, imoral e irresponsável as
diárias, já que todas, sem exceção passavam pelo seu comando, já os
beneficiários, não provaram terem existido no 'mundo dos fatos' e muito menos provaram
as suas finalidades públicas", asseveram as promotoras Francisca Suênia,
Amanda Lobato e Adriana Passos.
A Promotoria
de Justiça esclarece que ainda não possui o valor preciso das diárias pagas aos
agentes públicos e políticos, devido o material apreendido na Operação ainda
não estar com a análise totalmente concluída.
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