Neste
domingo (17), representantes do Movimento Sem Terra ocupam a Praça Mártires de
Abril, em São Brás, em Belém, em um ato que marca os 20 anos do Massacre de
Eldorado dos Carajás, quando foram assassinatos 19 trabalhadores rurais durante
confronto com a Polícia Militar no sudeste do Pará.
Centenas de
trabalhadores rurais acampam em São Brás, e levam faixas e cartazes relembrando
o massacre e pedindo a reforma agrária, e o fim da violência no campo. O Pará é
o estado onde mais ocorrem assassinatos por conflitos agrários no Brasil, de
acordo com a Comissão Pastoral da Terra.
Ulisses
Manaças, presidente do MST no Pará, aponta que 20 anos após os assassinatos há
um retrocesso na luta pela reforma agrária e a impunidade dos envolvidos no
massacre.
"O movimento pela reforma agrária foi
marginalizado, os debates tiveram um retrocesso, já não temos mais
assentamentos sendo feitos e a violência que predomina na cidade atinge também
o campo, agravada pelos conflitos pela
terra", enumera.
Para ele, a
impunidade dos envolvidos no Massacre também é um ponto negativo. "Os
julgamentos foram marcados por problemas. Os comandantes da operação cumprem
prisão domiciliar e os outros envolvidos foram absolvidos após três
julgamentos. Isso é impunidade", acredita Ulisses.
Centenas de
jovens estão reunidos na "Curva do S", na PA-150, localizada entre os
municípios de Marabá e Eldorado dos Carajás, no sudeste do Estado. Cerca de mil
pessoas são esperadas para participar do Acampamento Nacional da Juventude, em
homenagem a Oziel Alves Pereira, que tinha 17 anos e era o mais jovem entre as
19 vítimas do massacre de 1996.
Massacre
O confronto entre integrantes do MST e
policiais ocorreu em 17 de abril de 1996 no município de Eldorado dos Carajás,
no sul do Pará, quando 1,5 mil sem-terra que estavam acampados na região
decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de
terras na rodovia PA-150. A Polícia Militar foi encarregada de tirá-los do
local. Além de bombas de gás lacrimogêneo, os policiais atiraram contra os
manifestantes. Dezenove camponeses foram mortos.
Dos 155
policiais que participaram da ação, Mário Pantoja e José Maria de Oliveira,
comandantes da operação, foram condenados a penas que superaram os 150 anos de
prisão. José Maria de Oliveira permanece custodiado no Centro de Recuperação
Especial Anastácio das Neves. Já Mário Colares Pantoja está em recolhimento
domiciliar para tratamento de saúde. Já os demais políciais militares que foram
a julgamento foram absolvidos dos crimes.
Coitados só porque jogaram pedras e paus e correram pra cima da polícia com foices e facões foram alvo de vários tiros , injustiça não? Queriam o que carinho?
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