TRIBUNAL VAI JULGAR RECURSO DE MANDANTES DA MORTE DE SILVÉRIO LOURENCINE

A 2ª Câmara Criminal Isolada do Tribunal de Justiça do Estado do Pará julga, na manhã desta terça-feira, 02, um recurso oriundo da Comarca de Ulianópolis contra a sentença que mandou a júri popular os fazendeiros Davi Resende Soares e Lindomar Resende Soares, a vereadora Marta Resende Soares e o comerciante José Ernesto Machado. Os réus são acusados de tramarem e ordenarem a execução do marceneiro Silvério Lourencine Deprá, crime ocorrido em novembro de 2004, na praça Almir Gabriel, no centro da cidade de Ulianópolis.

O autor do assassinato, o pistoleiro Francisco Leite da Silva, o “Chicão”, foi preso em flagrante logo após o crime e condenado a 33 anos de prisão. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o crime teve motivações políticas, sendo que a vítima trabalhava com a coligação adversária da candidata a prefeita Suely Resende, esposa do fazendeiro, que sagrou-se vencedora no pleito eleitoral. Atualmente, o fazendeiro Davi Resende tenta obter registro de candidatura para concorrer a prefeitura de Ulianópolis e a sua irmã, a vereadora Marta Resende, concorre a reeleição nas eleições de 07 de outubro.

O recurso contra a sentença de pronúncia proferida pelo juiz Thiago Tapajós tem como relator o desembargador Ronaldo Valle. Caso o recurso da família Resende, uma das mais poderosas da região sudeste do Pará, seja rejeitado pelos desembargadores do TJE, o pecuarista Davi Resende e a vereadora Marta Resende serão alcançados pela Lei do Ficha Limpa e não poderão concorrer nas eleições deste ano, uma vez que terão contra si uma sentença proferida por um colegiado.

O julgamento, que deveria ter ocorrido na terça-feira passada, foi transferido para hoje a pedido dos advogados dos réus, que farão sustentação oral na tribuna da 2ª Câmara Criminal. Na opinião de juristas e operadores do direito, a única possibilidade do recurso não ser apreciado é um provável pedido de vistas de algum dos membros do colegiado, fator que além de livrar os acusados da Lei do Ficha Limpa irá retardar mais ainda um processo que já se arrasta nos tribunais há mais de 8 anos.

Em abril deste ano, os ministros do Supremo Tribunal Federal, STF, negaram o pedido de inépcia da denúncia, protocolado pela defesa dos réus na tentativa de extinguir o processo por “cerceamento da defesa dos acusados”. De acordo com a denúncia do Grupo Especial de Prevenção e Repressão às Organizações Criminosas, Geproc, no aparelho de telefone celular apreendido na posse do pistoleiro, haviam várias ligações realizadas para a vereadora Marta Resende e para o fazendeiro Lindomar Resende.

NOTA DO BLOGGER – Recebi muitos comentários dos correligionários de Davi Resende afirmando que este julgamento “já está no papo” e que o “chefe” tem dinheiro “para comprar o juiz, o bandeirinha e quem atravessar na sua frente”. Ora, minha gente, na verdade no julgamento de hoje pode acontecer de tudo e existe sim a possibilidade de adiamento se um desembargador pedir vistas do processo. Coisas da justiça do nosso país. No entanto, faço questão de lembrar aqui que as coisas não são tão simples como se imagina. Afinal, se o “chefe” tem tanto dinheiro assim e que pode comprar todo mundo, porque será que ele nunca conseguiu comprar a justiça do Pará, permanecendo mais de um ano FORAGIDO DA JUSTIÇA??? Porque será que ele não conseguiu comprar o juiz Thiago Tapajós, que mandou todos eles a JURI POPULAR, porque será que ele não conseguiu comprar o juiz Bruno Favacho, que decretou a prisão do Davi, da Marta e do Lindomar Resende? E olha que nessa época o governador do Estado era o Simão Jatene, que hoje evita que seu nome seja associado as histórias tenebrosas envolvendo o pecuarista Davi Resende. Alguém viu o governador no palanque dos Resendes nesta campanha? Se viram me mandem uma foto que me comprometo a publicá-la. A ausência de Simão Jatene nos comícios do fazendeiro tem razões pra lá de óbvias. O governante teria sua imagem chamuscada ao aparecer ao lado de um pré-candidato (ele até hoje não conseguiu registro), acusado de vários crimes, entre eles assassinato e falsidade ideológica. (Diploma falso e títulos de terra falsos). O mesmo se pode afirmar do deputado Marcio Miranda, que vivia em Ulianópolis e hoje evita aparecer ao lado de Davi Resende, uma vez que é candidato a prefeito de Castanhal e a sua aparição ao lado do fazendeiro seria um prato cheio para a oposição. (o grupo do ex-prefeito Paulo Titan).