Cada encontro é
realizado numa aldeia diferente, seguindo uma espécie de revezamento, a fim de
atender a todos os professores.
Vinte
e três professores da rede municipal, que atuam em escolas indígenas na zona
rural de Parauapebas, participaram esta semana de uma programação de formação
continuada, na Escola Bep-Karoti XiKrin, da aldeia Xikrin do Kateté. O encontro
foi ministrado pelos coordenadores pedagógicos do Setor de Educação do Campo,
da Secretaria Municipal de Educação, Semed, e reuniu docentes que lecionam para
464 alunos das aldeias Õ-Õ-DJÃ, Djudjeko e da própria Kateté.
Nos dois dias de
formação, os professores de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de
Jovens e Adultos (EJA) atualizaram práticas docentes que já vêm contribuindo
com a qualidade da rede municipal, considerada uma das melhores da Região Norte,
segundo dados do Ministério da Educação refletidos pelo Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Formações
continuadas para professores das aldeias indígenas de Parauapebas ocorrem
bimestralmente, desde o ano passado. Cada encontro é realizado numa aldeia
diferente, seguindo uma espécie de revezamento, a fim de atender a todos os
professores. A próxima formação acontecerá em novembro, na Escola Moiko Xikrin.
De acordo com a coordenadora de Geografia, do Setor de Educação do Campo,
Heloísa Helena, as formações são interdisciplinares e buscam contextualizar os
conteúdos, partindo da realidade das aldeias. "Com a formação, os
professores passaram a conhecer e trabalhar de acordo com a proposta da rede.
Além disso, atingimos 100% dos educadores do campo", explica ela. "Ao
trabalharmos em conformidade com a realidade e a cultura indígena os índices de
aprendizagem melhoraram significativamente", destaca a educadora.
Para
o professor de Língua Portuguesa, Mauro Ribeiro dos Santos, da Escola Moiko Xikrin,
localizada na Aldeia Djudjeko, a formação é muito importante porque, antes
dela, o direcionamento era confuso. "Eu me sentia sem ter apoio
pedagógico. Agora, desenvolvo um trabalho sistematizado, partindo da realidade
dos educandos, e não apenas objetivando o repasse mecânico de conteúdo",
argumenta. "Nesta última formação, cuja temática principal foi leitura,
minhas expectativas foram supridas. Ela vai contribuir muito para a minha
prática em sala de aula", encerra o professor.
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