Tiros foram disparados
na direção do acampamento e alguns barracos foram incendiados.
A coordenação da Comissão Pastoral da Terra, CPT,
registrou ocorrência na Superintendência da Polícia Civil de Marabá relatando
que na noite de terça-feira, 09, dezenas de fazendeiros e pistoleiros, fortemente
armados, atacaram o acampamento Frei Henri, do MST, no município de
Curionópolis. De acordo com a CPT, muitos tiros de armas de fogo foram
disparados na direção do acampamento e alguns barracos construídos no meio das
roças nas proximidades do acampamento foram incendiados. A ação violenta dos
fazendeiros e pistoleiros causou pânico entre as famílias no meio da noite.
O
acampamento Frei Henri está localizado
em terra pública federal na margem da rodovia que liga Curionópolis a
Parauapebas. São 280 famílias que residem no local há 3 anos. A área onde as
famílias se encontram estava ocupada ilegalmente por um fazendeiro de
Parauapebas. No início da ocupação, o pecuarista ainda tentou regularizar o
imóvel em nome de sua filha. Porém, a coordenação do programa Terra Legal negou
o pedido devido ela já ser proprietária de outro imóvel em uma área de
Assentamento no município.
No início
da ocupação, a então juíza da Vara Agrária deferiu medida liminar em favor do
fazendeiro autorizando o despejo das famílias. No entanto, tão logo o programa
Terra Legal informou que o imóvel está em terra pública federal e que o mesmo
não pode ser regularizado em nome da filha do fazendeiro, os advogados da CPT,
que assessoram juridicamente as famílias ingressaram com pedido de revogação da
liminar perante a Vara Agrária e perante o Tribunal de Justiça do Estado. Os
pedidos ainda não foram apreciados pelo TJE.
Devido à
ação violenta dos fazendeiros e ameaça de ataque ao acampamento, às famílias
interditaram, desde a noite de terça-feira, 09, a rodovia que liga Curionópolis
a Parauapebas, sendo que a direção do movimento exige que os policiais da
Delegacia de Conflitos Agrários investigue a ação violenta dos fazendeiros e
pistoleiros, apreendam as armas em poder do grupo criminoso e efetue a prisão
dos responsáveis. “Exigimos também que o Incra ingresse urgentemente com ação
de retomada da terra pública federal e libere a área para que as famílias
possam morar e produzir em paz e que o fazendeiro seja investigado pela prática
do crime de ocupação ilegal de terra pública.
Por fim,
o MST alerta às autoridades, que fará a defesa das famílias ali residentes, não
se responsabilizando pelo que poderá acontecer caso haja invasão do acampamento
por parte de fazendeiros e pistoleiros.
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