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terça-feira, 23 de outubro de 2012

JUIZ INDEFERE PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO DE FAZENDA

Área está ocupada há dois anos por 280 famílias ligadas ao MST.
O juiz Jonas da Conceição Silva, titular da Vara Agrária de Marabá, indeferiu o pedido de reintegração de posse da área denominada “Fazendinha”, situada na zona rural do município de Curionópolis, no sudeste paraense. A propriedade estava sendo requerida pela pecuarista Kênia de Freitas Barreto, filha do fazendeiro Dão Baiano. A área, situada na rodovia PA-275, hoje denominado Assentamento Frei Henri, está ocupada há dois anos por 280 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, MST.  Esta semana, o juiz Jonas da Conceição extinguiu o processo julgando improcedente o pedido da pecuarista. Na sentença, o magistrado asseverou que Kênia Barreto estava ocupando ilegalmente terra pública e não preenchia os requisitos para regularizar o imóvel em seu nome.
Na semana passada, a coordenação da Comissão Pastoral da Terra de Marabá enviou um relatório a vários setores da Segurança Pública do Estado do Pará denunciando graves ameaças sofridas pelas famílias que moram no Assentamento Frei Henri. De acordo com a CPT, diante da impossibilidade da área ser regularizada em nome de sua filha, o fazendeiro estaria tentando impedir a permanência dos trabalhadores rurais nos 15 hectares onde está localizado o assentamento. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, no final do mês de setembro, as famílias acampadas, com o uso de um trator agrícola, iniciaram o preparo da terra para o plantio, chegando a destocar e arar em torno de 10 hectares, ocasião em que o fazendeiro interviu no sentido de não permitir a permanência das famílias na área.
Ainda de acordo com a coordenação da CPT, diante da reação das famílias o fazendeiro teria arregimentado dezenas de pistoleiros para destruírem o acampamento dos trabalhadores rurais e expulsá-los da área. “Para tanto, desde o dia 08 de outubro começaram a se concentrar na sede, que fica a uns 500 metros do acampamento, e montar trincheiras próximas para atacar as famílias”. Afirma o relatório da CPT.
 

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