A primeira cooperativa de energia renovável do Brasil entrou em funcionamento, no município de Paragominas, no estado do Pará. A micro-usina de energia solar fotovoltaica da Cooperativa Brasileira de Energia Renovável (Coober) começou a operar neste mês de agosto com capacidade de 75 KWp, potência que deve ser ampliada em breve.
Segundo a cooperativa foram investidos R$ 600 mil na micro-usina solar. O recurso provém da contribuição dos 23 cooperados. A Coober foi criada em fevereiro deste ano, com base nas novas regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que entraram em vigor em dezembro de 2015, com o objetivo de estimular a geração de energia pelos próprios consumidores.
O espaço físico da micro-usina reúne 288 placas fotovoltaicas que possuem capacidade de produção média de 11.550 KW/h por mês. De acordo com a cooperativa toda energia será injetada no sistema da rede Celpa. O resultado será rateado entre os cooperados e descontado diretamente na conta de energia. A estimativa é de que metade do quadro social da Coober tenha a conta completamente zerada, dependendo do nível de consumo individual.
Para o superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile, a tendência é de que em poucos anos o Brasil tenha centenas de cooperativas de energia renovável espalhadas pelo país produzindo energia de forma compartilhada e distribuindo entre seus cooperados.
"É um passo concreto em um caminho que não tem volta, a matriz de produção mundial será renovável, gastando muito menos sem transmissão, afetando muito menos o ambiente com uma forma econômica mais viável e acessível”, afirma Nobile.
Segundo o advogado ambientalista Raphael Sampaio Vale, presidente da Coober, colocar a cooperativa em operação representa uma mudança história no setor elétrico brasileiro.
“Todos nós estamos na expectativa de começar a gerar a própria energia elétrica de fonte limpa, sem agredir a natureza e sem causar prejuízos às populações que normalmente são afetadas pelos grandes projetos”, afirmou Raphael Vale.
Entre as vantagens elencadas pela Coober estão o não consumo compulsório de energia elétrica gerada por uma usina que leva ao desaparecimento de uma parte da floresta, que inunda reservas indígenas ou de uma térmica a óleo combustível que joga diariamente toneladas de veneno na atmosfera.
Para a Coober, as vantagens de se produzir energia renovável (solar fotovoltaica) em cooperativa e não de maneira individualizada são várias. Entre elas: menor valor investido, já que os custos são divididos por 23; mobilidade na produção, os cooperados podem mudar de endereço sem se preocupar com os equipamentos; desenvolvimento de uma cultura de colaboração; melhor escolha/avaliação das opções, mais pessoas pensando com o mesmo objetivo; melhor relação com a concessionária; e tratativas mais adequadas de benefícios e isenções fiscais.
Além disso, a cooperativa afirma que o uso de energia solar leva ao não consumo compulsório de energia elétrica gerada por uma usina que leva ao desaparecimento de uma parte da floresta, que inunda reservas indígenas ou de uma térmica a óleo combustível que joga diariamente toneladas de veneno na atmosfera.
O movimento cooperativista, no país, é representado oficialmente pelo Sistema OCB, com suas três entidades: Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop).
O Sistema conta com uma unidade nacional e 27 estaduais – localizadas nas capitais de cada estado e, também, no Distrito Federal. Seu papel é trabalhar pelo fortalecimento do cooperativismo no Brasil. A soma de todas essas forças tem um importante objetivo comum: potencializar a presença do setor na economia e na sociedade brasileira
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