Os promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial do Ministério Público do Estado do Pará, para a tutela coletiva das demandas desencadeadas pelos impactos sociais e ambientais causados pela contaminação existente na área da Companhia Brasileira de Bauxita do Município de Ulianópolis falaram hoje à imprensa sobre a prisão do empresário Pedro Antônio Pereira da Silva ocorrida em São Paulo em entrevista coletiva.
O grupo do
MPPA é composto pelo procurador de Justiça Nelson Pereira Medrado e promotores
de Justiça Nilton Gurjão das Chagas, José Godofredo Pires dos Santos, Louise
Rejane de Araújo Silva, Sabrina Daibes Sanches, Márcio Silva Maués de Faria,
Brenda Corrêa Lima Ayan, Maria Cláudia Vitorino Gadelha e Artur Diniz Ferreira
de Melo.
“Foi um caso
exemplar. Não houve impunidade e ainda
não se tinha notícia de prisão por crime ambiental no Pará. É um esforço
conjunto dos promotores de Justiça do Ministério Público que compõem esse
grupo, do Gaeco e de outros órgãos acionados que ajudaram a localizar e prender
o foragido. O Pará não é um estado sem lei. Temos autoridades aqui no Estado. O
Ministério Público está mostrando trabalho e resultado”, destacaram os
promotores de Justiça do Grupo Especial do caso Ulianópolis.
“Desde 2002
o Pedro Antônio estava sumido. Não prestou esclarecimentos em nenhuma fase do
processo. Agora o grande responsável está disponível para a Justiça. Já há
outras 17 denúncias contra 18 empresas, requerendo a responsabilização destas
pelos danos causados ao meio ambiente e à população. Algumas empresas concordaram em assinar um
termo de ajuste de conduta, mas essas 18 não quiseram e por isso vão responder
judicialmente pelo que fizeram”, frisaram os promotores de Justiça.
No dia 20 de
janeiro de 2016, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado -
GAECO - do Ministério Público do Estado de São Paulo- Núcleo Campinas,
atendendo a pedido de colaboração do GAECO do Ministério Público do Estado do
Pará, comunicou a este órgão, que conseguiu efetuar a prisão de Pedro Antônio
Pereira da Silva, dono da empresa Companhia Brasileira de Bauxita-CBB/USPAM,
procurado pela Justiça do Estado do Pará, por condenação obtida na Ação
Criminal- nº 0000075-37.2004.8.14.0130, exarada pelo Juízo da Vara Única da
Comarca de Ulianópolis, como incurso em crime ambiental e estelionato, a pedido
do Ministério Público Estadual.
Pedro
Antônio Pereira da Silva já tinha contra si ordem de prisão preventiva
decretada desde o dia 10 de novembro de 2014, permanecendo em local
desconhecido até o dia 16 de janeiro de 2016, quando o GAECO de São Paulo –
Núcleo Campinas, após diversas diligências investigatórias, conseguiu
localizá-lo em um Condomínio no Município de Vinhedo e posteriormente, a Polícia
Militar de São Paulo efetuou a sua prisão.
Entenda o
caso
O crime
ambiental praticado por Pedro Antônio Pereira da Silva foi um dos mais danosos
já praticados contra a natureza do Estado do Pará, com repercussões gravíssimas
para a flora, a fauna, os recursos hídricos e à saúde da população do Município
de Ulianópolis.
Conforme
restou comprovado nos autos do processo criminal em referência, Pedro Antônio
Pereira da Silva foi responsável pela disposição inadequada de mais 30.000
(trinta mil) toneladas de rejeitos industriais, em terras paraenses, recebidos,
entre os anos de 1999 a 2002, de várias empresas multinacionais, substâncias em
sua maioria de alta periculosidade, com elevado risco à saúde e à vida de quem
manusear, mantiver contato prolongado ou ingerir tais substâncias, conforme já
atestado pelo Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.
Essa conduta
rendeu ao proprietário da CBB/USPAM a condenação nas sanções punitivas do art.
54, na modalidade qualificada, da Lei 9.605/98 (que tipifica causar poluição de
qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à
saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora), mais o artigo 171, do Código Penal Brasileiro, por
crime de estelionato, totalizando sete anos e quatro meses de prisão e multa.
“Ressalta-se
que na tramitação do processo criminal, ficaram evidenciados o desrespeito e o
desinteresse de Pedro Antônio Pereira da Silva pela sociedade e pela justiça
paraense, dentre outros fatos, pela sua inércia processual, o que ensejou a
decretação de sua revelia, bem como, posteriormente, pela utilização de várias
artimanhas para atrasar a marcha do processo, objetivando a prescrição (que
ensejaria sua impunidade)”, frisaram os promotores de Justiça do Grupo de
Atuação Especial do Ministério Público do Estado do Pará para a tutela coletiva
das demandas desencadeadas pelos impactos sociais e ambientais causados pela
contaminação existente na área da Companhia Brasileira de Bauxita do Município
de Ulianópolis.
Após a
publicação da sentença condenatória, mesmo possuindo advogado habilitado no
processo, Pedro Antônio Pereira da Silva continuou se escondendo para evitar a
aplicação da lei penal, utilizando diversos subterfúgios, como não declarar
imposto de renda, o que ensejou a suspensão do seu CPF.
Paralelamente
às medidas investigativas para a prisão da peça chave do grave crime ambiental
de Ulianópolis, o MPE, através do Grupo de Atuação Especial, no dia 17 de
dezembro último, ajuizou a primeira leva de denúncias contra 17 empresas
(clicar aqui para ver a lista) que encaminharam seus rejeitos para CBB, por
entender que houve co-autoria com o crime ambiental praticado por Pedro Antônio
Pereira da Silva.
Ademais, o
grupo especial criado no âmbito do Ministério Público para o caso continua
atuando no Inquérito Civil visando a reparação dos danos causados ao meio
ambiente e à população de Ulianópolis, figurando como responsáveis, além de
Pedro Pereira da Silva e da empresa CBB, dezenas de empresas que enviaram
resíduos e rejeitos químicos consideradas corresponsáveis pelo fato.
“Com esses
fatos, o MPE presta contas de seu trabalho à sociedade de Ulianópolis, bem como
ressalta que continuará a adotar medidas extrajudiciais e judiciais para a resolução
do caso do Lixo Tóxico de Ulianópolis”, ressaltam os promotores de justiça que
atuaram no caso.
O MPPA já
requereu ao juízo o recambiamento do preso ao Estado do Pará.
PaRece que quando o Evandro posta uma notícia no blog a cidade volta a sorrir, se ouve as revoltas. Parece que surge uma esperança. É um grito!!!!
ResponderExcluirEVANDRO, não falte mais. Vc faz o que todos nós deveríamos fazer.
Espero que eles, o povo, não faça de novo o que fizeram em 20 Anos de ULIANOPOLIS. Dessa vez o governo será do povo e chega de minorias.
Dra. Cristina dua vez está chegando. Quem diria a sra desviar dinheiro público....
ResponderExcluirQuem foi o prefeito que assinou a liberação desta empresa para Ulianópolis???
ResponderExcluirDeve ter sido sua mãe idiota!
ResponderExcluirO prefeito que autorizou a empresa doposita lixo tóxico em nossa cidade foi nada mais nada menos que o o outro ladrão dessa cidade. José Carlos Zavarize
ResponderExcluirO meu irmão, o Zé Carlos é uma pessoa do bem, usar esse tipo de palavras que só ofende a dignidade da pessoa não tem nada a ver. Pense no que você escreveu e reveja seus conceitos. Fica a dica.
ResponderExcluirNão adianta espernear meu carro, Zé Carlos é o próximo prefeito. Já votei nele outras vezes e não vai ser diferente. Ele roubou o que em meu jovem, o priquito da sua. ..?
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