O diretor de um hospital municipal em Redenção,
no sudeste do Pará, e dois médicos foram detidos sob suspeita de
envolvimento na prática de abortos ilegais na cidade. Eles foram
encaminhados para a delegacia do município para prestarem depoimento à
polícia, que também apreendeu prontuários de atendimentos médicos,
computadores e celulares na última quinta-feira (18). A polícia
investiga ainda a participação de outras pessoas nos crimes.
Segundo o delegado Antônio Miranda, superintendente da região do
Araguaia, a Polícia Civil recebeu informações de que médicos que
trabalham no Hospital também estariam cobrando por partos realizados
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com base na informação deu-se início
às investigações, até que surgiram denúncias de que abortos ilegais
estariam sendo feitos no local.
De acordo com a polícia, as mulheres grávidas disseram que faziam
exames pré-natais na rede particular e na hora do parto os médicos
cobrariam valores de até 6 mil reais. Devido ao alto valor, elas
acabavam aceitando fazer o parto na rede municipal, onde os médicos
teriam exigido pagamentos no valor de R$ 2 a 3 mil.
Abortos ilegais
No caso dos abortos ilegais, o diretor do hospital seria responsável
por vender um medicamento utilizado para o tratamento de úlceras
hemorrágicas pela quantia de R$ 500 e encaminhar as pacientes para os
médicos fazerem uma curetagem, procedimento em que são retirados os
restos do aborto através de uma raspagem uterina.
Além disso, os prontuários de atendimento médico eram rasurados para
omitir os atendimentos realizados. A operação "Sexto Dia" contou com a
participação dos policiais civis da Superintendência Regional e do
Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) da região sul e sudeste do Pará.
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