Estrada
escorregadia, muita lama, pedra e buracos. É o que motoristas e motociclistas
enfrentam ao trafegar pela rodovia Transamazônica (BR-230) entre os municípios
de Uruará e Placas. O período chuvoso (inverno amazônico) mal começou e já
surgem atoleiros no trecho de 60 quilômetros entre as duas cidades. Numa
ladeira chamada Lambreta, famosa na região pelo grau de dificuldade oferecido
aos motoristas, situada no km 192, a 12 km do centro urbano de Uruará, nesta
sexta-feira, 16, a situação ficou crítica após cair muita chuva. Caminhoneiros e agricultores precisaram de
coragem para encarar a lama e seguir viagem. Na ladeira, os caminhões, carretas
e ônibus só conseguiam subir com a ajuda de um trator.
Os
motoristas tem que pagar entre R$ 50,00 e R$ 70,00 pelo serviço de reboque. Já
os motociclistas precisam empurrar o veículo enquanto aceleram o motor. Uma
cratera já começou a se formar no meio da ladeira que poderá ficar em condições
ainda piores quando o inverno amazônico ficar mais rigoroso.
O
caminhoneiro Rafael veio pela primeira vez à Transamazônica. Ele saiu de Caxias
(MA) com destino a Placas (PA) e Rurópolis (PA) e disse estar assustado com as
péssimas condições da estrada. “Eu fiquei impressionado com esta situação. Tive
o caminhão puxado por um trator numa ladeira e nesse trecho nós tentamos subir
e não conseguimos. Então estacionamos a carreta para esperar a estrada melhorar
e só assim seguir viagem”.
O
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão
responsável pela manutenção da BR-230, nada fez durante o período seco para
preparar a rodovia para aguentar as chuvas fortes. No trecho referido existe apenas promessa de
asfalto, sem a previsão de início das obras. Mesmo com as dificuldades enfrentadas
por motoristas e motociclistas nada é feito para amenizar o problema, que se
repete a cada ano. Ninguém do Departamento foi encontrado pela reportagem para
falar sobre o assunto.
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