Para a
execução do empreendimento, a prefeitura de Viseu, após licitação, firmou
convênio com a Avante Construtora e Comércio, empresa do engenheiro civil
Armando do Carmo Figueiredo. No entanto, um mês antes do fim do prazo de
entrega do hospital, apenas 13,5% da obra estavam concluídos e a construtora já
havia recebido da prefeitura o valor de R$ 680 mil, o equivalente a 50% da
verba total para a conclusão do hospital. Por conta
disso, o MPF também apresentou denúncia contra Armando do Carmo Figueiredo. O
engenheiro, apesar de ter recebido metade do valor contratado, executou apenas
13,5% do serviço. As investigações concluíram que o acusado desviou boa parte
do recurso recebido e deixou de aplicar a verba na finalidade do convênio
firmado com a prefeitura de Viseu.
Prestação de
contas – Pouco antes de deixar o cargo, o ex-prefeito Alfredo Amin Fernandes
até chegou a apresentar, de forma parcial, a prestação de contas da obra, mas
faltavam documentos imprescindíveis para comprovar o investimento e o
Ministério da Saúde suspendeu a transferência do restante da verba prevista
durante o convênio entre as partes.Em laudo emitido por peritos federais, ficou comprovado que o hospital de Viseu não foi concluído e que “é relevante considerar que há indícios materiais de desvio de verbas públicas”. O MPF quer que os acusados sejam condenados pela Justiça Federal e devolvam o dinheiro repassado ao município para a obra que jamais foi entregue à sociedade.
Condenações
– O MPF tem ainda outras três ações
penais e seis ações civis por improbidade administrativa contra Luiz Alfredo
Amin Fernandes. Em um dos casos, por não ter prestado contas no prazo legal dos
recursos federais repassados para a saúde em 2007 e 2008, Fernandes foi
condenado em junho de 2015. O ex-prefeito teve os seus direitos políticos
suspensos por cinco anos, ficou proibido de contratar com o poder público por
três anos e foi obrigado a pagamento de multa no valor correspondente a cem
vezes o valor da última remuneração mensal recebida como prefeito.
Em outra
sentença da Justiça Federal, de 2014, o ex-prefeito foi condenado a devolver
aos cofres públicos R$ 903 mil em recursos federais repassados para a saúde em
Viseu em 2006, foi condenado a pagamento de multa no valor de R$ 90 mil, teve
os direitos políticos suspensos por cinco anos, mesmo prazo que ficou proibido
de contratar com o poder público.
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