Pouco
mais de um mês após o Ministério Público do Pará flagrar o uso irregular de veículos
e maquinários próprios e alugados de propriedade e uso exclusivo da Prefeitura de
Ourilândia do Norte, no sul do Pará, sendo utilizados para fins
"particulares", o prefeito Maurílio Gomes Cunha, o “Maguila”, foi
afastado do cargo, pelo período de 90 dias. A decisão, desta terça-feira, 1º,
foi exarada pela juíza Leonila Maria de Melo Medeiros.
De
acordo com a população de Ourilândia, Maurílio Gomes já deixou o município e a
vice-prefeita, Ângela Liberato, assumiu o cargo. Ele responderá pelos crimes de
improbidade administrativa e crime ambiental. Durante o período estipulado pela
Justiça, o gestor está impedido de entrar no prédio da Prefeitura, sob pena do
pagamento de R$10 mil se descumprir a ordem e encaminhamento até a Delegacia de
Polícia, podendo responder também pelos crimes de desobediência e prevaricação.
O caso - De acordo com o
promotor de justiça Ramon Furtado, a areia era extraída, de forma irregular,
das margens do Rio Branco (área protegida), para um "Parque de
Vaquejada" de propriedade particular. “Essa situação foi flagrada no dia 19
de maio deste ano, quando após denúncias anônimas ao Ministério Público
Estadual, fomos conferir a situação e flagramos a irregularidade”, contou o
promotor.
Ainda
de acordo com ele, uma retro escavadeira era usada para retirada do material das
margens do rio, sem nenhum tipo de licenciamento ambiental, para depois ser depositada
em caminhões caçambas da Prefeitura de Ourilândia, e por fim, até a área onde
seria aberto o parque. “Para piorar a situação, servidores públicos eram
escalados para trabalhar nessa ação”, ponderou. Entre os veículos utilizados
irregularmente, um era destinado para uso exclusivo nas obras do PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento).
Em
nota à população do município, o gestor municipal respondeu que "barganhou
as caçambas de areia para ajudar a organizar um evento", que posteriormente
teria entrada livre e gratuita para a população do município. O que, para a
juíza, não foi comprovado. A reportagem tentou entrar em contato com o prefeito
Maurílio Gomes, mas até o fechamento desta edição não conseguiu contato com o
gestor afastado.
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