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segunda-feira, 6 de abril de 2015

POLÍCIA CIVIL DO AMAZONAS DESCARTA EXECUÇÃO DE ADVOGADO DO PARÁ E INVESTIGA LATROCÍNIO

Jakson Souza e Silva era presidente da Subseção da OAB, em Parauapebas, e foi assassinato em Manaus no início do ano. Primeira fase das investigações foi concluída, afirma delegado.
A Polícia Civil do Amazonas informou ao G1, nesta segunda-feira (6), que descartou a suspeita de que o assassinato do advogado paraense Jakson Souza e Silva, de 45 anos, tenha sido um crime encomendado. A primeira fase das investigações foi concluída, no entanto, novas diligências ainda serão realizadas. A nova linha de investigação apura se Silva foi vítima de latrocínio – roubo seguido de morte.
 
Jakson Silva, que era presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Parauapebas (PA), foi morto em Manaus em janeiro deste ano. O advogado estava com o nome incluso em suposta  lista de “marcados para morrer”.
 
Segundo o delegado titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Ivo Martins, as informações e materiais coletados até o momento indicam um crime ocasional. Para a polícia, a hipótese mais provável é de latrocínio, embora os suspeitos não tenham levado os pertences da vítima. “Muito improvável que ele tenha sido executado em razão das ameaças que vinha sofrendo”, afirmou o delegado.
 
Ivo Martins informou que o inquérito foi concluído e encaminhado ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).
 
“Concluímos a primeira fase do inquérito e não chegamos à autoria do fato. Pedimos da Justiça a devolução do inquérito para fazer diligências complementares e reconstituição. Além disso, algumas perícias precisam ser realizadas para chegar à autoria do crime. Estamos aguardando a baixa do inquérito para fazer essas diligências complementares”, disse Martins.
Crime ocorreu na noite de sábado (24) em rua do bairro Redenção, Zona Centro-Oeste de Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)Crime ocorreu na noite na Zona Centro-Oeste de Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)
Entenda o caso
O assassinato ocorreu, por volta das 23h40, do dia 24 de janeiro, na Rua 15 de Outubro, situada no bairro Redenção, Zona Centro-Oeste de Manaus. Testemunhas afirmaram que a vítima foi abordada por dois homens em uma motocicleta, enquanto andava em via pública. Um deles efetuou o disparo, que atingiu o abdômen de Jakson Silva. O advogado chegou a ser socorrido por populares e levado ao SPA Alvorada, mas não resistiu. Ainda segundo a polícia, não foram levados pertences da vítima. Com ele, foram encontrados R$ 1.900 em espécie, um notebook e um smartphone.
O presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos, afirmou ao G1 que o nome de Jakson Silva estava numa lista de pessoas ameaçadas de morte. “Tudo nos leva a crer que esse foi mais um brutal assassinato ligado ao exercício profissional da advocacia e que trata-se, portanto, de uma gravíssima violação das prerrogativas”, afirmou Jarbas Vasconcelos. Jakson Silva investigava denúncias de improbidade administrativa na Prefeitura de Parauapebas. “Ele foi ameaçado gravemente por denúncias feitas em contratos de licitação na Prefeitura. Então, essa é uma linha que tem que ser investigada”, disse ao chegar a Manaus.
Desde 2011, sete advogados foram assassinados no Estado do Pará. Segundo a OAB, são inúmeros os registros de queixa dos profissionais por ameaças de morte, entre eles o de Jakson de Souza e Silva, registrado no dia 10 de janeiro de 2014, após receber um bilhete ameaçador enquanto estava em um restaurante.
Há um ano, durante reunião que aconteceu na sede do Ministério Público em Belém, o presidente da Ordem, Jarbas Vasconcelos, apresentou dados que demonstravam a existência de organização criminosa contra advogados e políticos. A reunião aconteceu após denúncias divulgadas nos meios de comunicação de Parauapebas que afirmavam a existência de suposta lista de “marcados para morrer” naquele município, dentre os quais estava o nome do advogado Jakson de Souza e Silva.
Em ofício encaminhado ao Promotor de Justiça Coordenador do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado, Milton Menezes, a OAB explica que a ameaça foi denunciada por meio do “disque denúncia de Parauapebas” e por bilhete deixado em um restaurante no município. (Adneison Severiano – Do G1-AM)

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