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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

ALTER DO CHÃO ENFRENTA SURTO DE HEPATITE



A Divisão de Vigilância em Saúde de Santarém (Divisa) alertou os órgãos responsáveis com informações sobre o aumento do número de casos de hepatite A em Alter do Chão e a possível contaminação das belas águas do balneário, que recentemente ganhou espaço privilegiado na mídia nacional. A Vila de Alter do Chão apresenta risco de ter uma epidemia de hepatite, uma doença contagiosa que está quase sempre ligada à má qualidade do serviço de saneamento e meio ambiente.

“Desde dia 27 de julho a gente vem monitorando a água de colégios e microssistemas. Pelo último exame de água que foi feito agora, com o aumento desses casos, como vômito e diarreia, que aparecem no posto de saúde, coletamos do rio, principalmente no Lago Verde, e todas as amostras foram positivas”, informou João Alberto, diretor da Divisa.
Foram encontrados, portanto, nas águas do rio Tapajós e Amazonas, ao longo da praia de Alter do Chão, coliformes totais e fecais na última análise realizada. Em consequência disso, o número de casos de hepatite ‘A’ passa a preocupar o poder público. Em 2012, foram 52 casos, enquanto em 2013 somaram-se 45. Em 2014, houve um considerável aumento: foram registrados 126 casos, sendo 12 somente na vila de Alter do Chão. Neste primeiro mês do ano, das 14 pessoas que foram atendidas no pronto-socorro de Alter, em cinco foi confirmada a doença.
SURTO
O diretor da Divisa atribui esse aumento nos casos de hepatite e de virose às más condições estruturais para a recepção dos turistas, de responsabilidade do prefeito Alexandre Von e do governador Simão Jatene, como falta de banheiros químicos e despejo de dejetos diretamente no rio.
“Se não tiver banheiro químico na praia, todo mundo vai fazer as necessidades fisiológicas dentro do rio, na Cabeceira do Macaco, que é uma enseada ali no Lago Verde. Muitos hippies estão morando lá e jogando dejetos direto ali. As balsinhas, nem todas, mas a maioria, jogam desejos direto no Lago Verde, e a coleta de lixo ainda é deficiente”, aponta João.
O assessor técnico da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces) garante que a entidade está buscando junto ao governo e à comunidade medidas imediatas para conter os riscos que podem futuramente comprometer a tranquilidade dos visitantes e moradores de uma das praias mais belas do país.
“Foi pedido que nós tomássemos um posicionamento e o presidente [da Aces, César Ramalheiro] entendeu que deve conversar primeiramente com o prefeito, para levar a situação para que ele tome conhecimento. Para que a solução possa acontecer, de antemão foi dito em reunião que é preciso de um esforço conjunto no sentido de minimizar os problemas em Alter do Chão”, conclui Emmanuel Júlio, assessor técnico da Aces.

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