Cumprimento da pena por tráfico está marcada para a 0h local (15h no Brasil).
Eles
escreveram mensagens para Dilma, ONU e embaixada na Indonésia. Também
pedem clemência em perfil de presidente indonésio no Facebook.
Marco Archer Cardoso Moreira em vídeo obtido pelo cineasta Marcos Prado, que prepara documentário sobre o controlador de voo
Amigos do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte na Indonésia
por tráfico de drogas, se mobilizam e dizem que esperam “um milagre”
para que sua execução, marcada para este domingo (16), pelo horário
local, seja suspensa.
Nos últimos dias, eles têm escrito
para a ONU, a presidente Dilma, a embaixada brasileira na Indonésia,
jornais locais e até para o presidente do país, Joko Widodo, em seu
perfil no Facebook. Nas mensagens, pedem clemência para Archer.
Marco Archer é instrutor de voo
livre e foi preso ao tentar entrar na Indonésia, em 2004, com 13 quilos
de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta. A droga foi descoberta
pelo raio-x, no Aeroporto Internacional de Jacarta. O brasileiro
conseguiu fugir do aeroporto, mas foi preso duas semanas depois. A
Indonésia pune com pena de morte o tráfico de drogas.
“Estou fazendo força para acreditar
no milagre. Não vou perder a fé até o último minuto. Mandei mensagens
até para as Nações Unidas”, diz Kika Vianna, amiga de infância de
Archer, que escreveu ao presidente da Indonésia duas vezes “implorando
misericórdia” e diz que vai enviar mais duas mensagens até amanhã.
Ela também deixou comentários em
reportagens sobre as execuções publicadas no site do “Jakarta Post”, um
jornal indonésio. “Não estou pregando impunidade. Ele precisa pagar pelo
que fez, mas não deveria ser fuzilado”, diz ela.
Rose Medeiros, que conhece Marco há
40 anos, foi outra pessoa que enviou mensagens para a página oficial do
presidente Joko Widodo e para a embaixada. “Está valendo tudo nessas 48
horas. Essa noite nem consegui dormir, fiquei conectada o tempo todo”,
afirma.
Amigos de Archer também estão compartilhando um vídeo divulgado
na quinta-feira (15) pelo cineasta Marcos Prado, contendo um depoimento
dado pelo brasileiro há dois dias, por telefone, da prisão na
Indonésia.
Amiga de Archer desde a
adolescência, a educadora ambiental Carla Guedes diz que um conhecido
está reunindo mensagens de amigos do brasileiro nesta sexta-feira (16),
para que, “independentemente do desfecho” do caso, ele possa receber uma
carta com palavras de apoio.
Ela relata ainda que, nesses 10 anos
em que Archer está preso, enviava presentes para ele na prisão. “O
pessoal se reunia e mandava caixas com cigarro, goiabada, doce de leite.
O que dava, a gente mandava”, diz. “Tenho uma esperança muito grande de
que ainda possa acontecer alguma coisa”, afirma.
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