Na sessão das Câmaras Criminais Reunidas desta segunda-feira, 6, os desembargadores também concederam a liberdade provisória ao vereador de Parauapebas, Odilon Rocha Sanção, acusado das práticas de peculato, quadrilha ou bando, corrupção ativa e passiva e fraude em licitação pública. O vereador foi preso em maio deste ano, na operação Filisteu, deflagrada pela Polícia Federal e Ministério Público estadual. A concessão de liberdade foi estendida ao empresário Edimar Cavalcante, também acusado no processo.
Na concessão
da liberdade, os desembargadores das Câmaras acompanharam à unanimidade o
entendimento da relatora do habeas corpus, desembargadora Vania Fortes Bitar,
que levou em conta as condições pessoais favoráveis de Odilon, como
primariedade e residência fixa, e determinou medidas cautelares que deverão ser
cumpridas pelos acusados. Dessa maneira, com fundamento na lei 12.403/2011, a
magistrada recomendou ao Juízo de Parauapebas a aplicação de medidas cautelares
diversas da prisão como o comparecimento periódico em Juízo nos prazos e
condições a serem estipuladas pelo magistrado; proibição de acesso e frequência
em qualquer órgão da administração pública direta ou indireta, especialmente à
Câmara de Vereadores e Prefeitura de Parauapebas; proibição de manter qualquer
espécie de contato com os demais réus, testemunhas do caso, servidores do
Legislativo Municipal, vereadores e prefeito municipal; e proibição de se
ausentar da comarca de Parauapebas, além do afastamento de Odilon do cargo de
vereador.
Conforme as
investigações do MPPA, as fraudes nas licitações públicas teriam ocorrido entre
os anos 2013 e 2014, quando o vereador exerceu o cargo de primeiro secretário
da Casa Legislativa. As licitações tinham como objetivo a aquisição de veículos
e alimentos para a Câmara Municipal. Odilon é suspeito de receber 50% dos
valores superfaturados das empresas que venciam as licitações do período. Na
operação, o empresário foi preso acusado de emitir notas fiscais frias e
superfaturadas.
O vereador
José Arenes, também de Parauapebas, que foi preso na mesma operação, mas por
porte ilegal de armas, uma delas de uso restrito, também teve a liberdade
concedida na sessão, à unanimidade de votos, em habeas corpus relatado pela
desembargadora Maria de Nazaré Gouveia dos Santos. Durante a operação Filisteu,
foram cumpridos vários mandados de busca e apreensão, um deles na residência do
vereador, onde foram encontradas quatro armas de fogo, tendo José Arenes
recebido voz de prisão. Para a relatora, os requisitos inclusos no processo não
são suficientes para a manutenção da prisão, podendo o acusado responder ao
processo em liberdade, mas cumprindo as determinações legais de medidas
cautelares, como proibição de afastamento da Comarca sem autorização legal e
comparecimento periódico junto ao Juízo.
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