A candidata que alegou ter tido problemas com o cartão-reposta do concurso da Polícia Militar, cujas provas foram aplicadas no último dia 31 de julho, contou, em depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (3), que recebeu assistência do fiscal de sala e um novo documento para marcar as questões, contrariando o que dissera em denúncia inicial. Ela não fez a prova alegando falta de ajuda e revelou que não tem a graduação exigida para o cargo de assistente social, no qual estava inscrita.
Agricultora
na cidade de Bujaru, no nordeste do Pará, a candidata prestou depoimento no
Núcleo de Inteligência Policial, em Belém, assim como a funcionária da
organizadora que prestou o atendimento no dia da prova. À imprensa, a candidata
afirmara que seu cartão-resposta estava rasurado e que ela deixou o local às
11h30, sem atendimento. Questionada, ela acabou confirmando que a situação foi
solucionada pela organização do concurso às 9h30. Depois de receber um novo
cartão, foi informada pela coordenadora de fiscais que o tempo para fazer a
prova seria prorrogado para compensar o atraso.
Em
depoimento à polícia, a candidata disse ter recusado a solução e optado por não
fazer a prova porque achou “estranho” que tivessem solucionado o caso rapidamente,
diferente do que ela havia dito à imprensa, que ficara até as 11h sem nenhum
atendimento. “Estudei, me dediquei. Eles (fiscais) não me ajudaram em nada”,
afirmara. Na delegacia, a candidata revelou também que seu objetivo era
concorrer ao cargo de praça, mas como estava fora da idade limite, se inscreveu
para adaptação de oficial, mesmo sem ter formação superior, condição para
tentar a vaga de assistente social.
A Fundação
de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), organizadora do concurso,
informou que o cartão da agricultora foi entregue a outra candidata, cujo nome
estava na sequência alfabética, na hora da coleta de digital. Ao ser constatada
a troca, ambas foram informadas que receberiam novos cartões. Conforme o
procedimento padrão, o fato foi registrado em ata de sala.
Denúncias
Este é o
segundo caso de denúncias feitas à mídia sobre o concurso da PM esclarecido
pela Polícia Civil. Na última segunda-feira (1), a candidata que fotografou o
cartão de respostas ainda em branco confirmou, em depoimento, ter infringido a
orientação para guardar o celular no saco dado pelos fiscais. A Fadesp afastou
qualquer possibilidade de vazamento de questões do concurso em função de ter
caído na internet a foto do cartão em branco. Já identificada, a candidata foi
eliminada da seleção.
No
depoimento à polícia, ela disse ter sido orientada a guardar o celular
desligado e demais objetos pessoais no saco plástico entregue pelo fiscal de
sala. No entanto, não lacrou o saco e retirou o aparelho para fotografar o
cartão. Depois de fazer a foto, guardou o celular no saco e só ligou o aparelho
ao término da prova. Por isso, não foi flagrada ao ir ao banheiro, onde foi
submetida à detecção de metal. Quando já estava em casa, enviou a fotografia
para um grupo de WhatsApp, com a intenção de compartilhar a imagem.
A Fadesp
reforça que o sigilo da prova e do gabarito foi garantido completamente. Os
quatro modelos de provas usados no concurso foram divulgadas no site, junto com
os gabaritos preliminares. A fase de recursos ainda está vigente. Os candidatos
apresentá-los até quinta-feira (4), no link direcionado para cada cargo
específico.
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