quarta-feira, 2 de outubro de 2013

CONSÓRCIO DISCUTE CONSTRUÇÃO DE HIDRELÉTRICA


São Luiz do Tapajós foi concebida como uma usina-plataforma, conceito inspirado nas plataformas de exploração de petróleo em alto mar
 
O consórcio Tapajós, formado pelos municípios de Itaituba, Jacareacanga, Aveiro, Rurópolis, Trairão e Novo Progresso, realizou uma Audiência Pública em Itaituba para discutir os impactos da Instalação de grandes projetos do Governo Federal na região oeste do Pará, dentre eles a construção do Complexo de Hidrelétricas de São Luis do Tapajós. A preocupação com o aumento desordenado da população foi manifestada por quase todos os prefeitos que fazem parte do Consórcio. Todos eles ressaltaram a necessidade de lutar unidos para que as compensações para esses municípios sejam definidas antes do início das obras das hidrelétricas.
 
O promotor Maurim Vergolino disse que o Ministério Público estará atento para evitar que a comunidade fique apenas com os pontos negativos dos empreendimentos. O presidente da CDL, Davi Menezes, fez a apresentação de um trabalho sobre os serviços públicos nas áreas da saúde, educação, serviços sociais, agricultura e outros, para mostrando que o município de Itaituba não está estruturado para receber um número grande de pessoas que deverão migrar para a região no início das obras da hidrelétrica.
 
A Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós é um projeto a ser implementado  no rio Tapajós. A previsão é de que a capacidade instalada da usina, quando concluída, seja de 6.133 MW, constituindo-se como a maior do Complexo do Tapajós. São Luiz do Tapajós foi concebida como uma usina-plataforma, conceito inspirado nas plataformas de exploração de petróleo em alto mar. Depois de pronta, o canteiro de obras deverá ser desmanchado, para o reflorestamento da região. Usinas-plataformas funcionam de forma mais automatizada e não são ligadas por estradas. O acesso dos funcionários terá que ser feito por helicóptero.
 
O lago terá área de 722,25 km². A queda será de 35,9 metros, gerando 6.133 MW através de 31 turbinas Kaplan de 198 MW e duas de 109,2 MW. Produzirá 29.548,8 GW por ano. Sondagens da Eletrobrás indicam a possibilidade de expandir a capacidade para 7.880 MW . O projeto é alvo de críticas de ambientalistas, já que a construção da barragem deverá alagar uma área localizada em parques nacionais. Para contornar o problema, o governo federal editou uma Medida Provisória alterando os limites de diversas unidades de conservação na Amazônia. A medida foi aprovada pela Câmara dos Deputados em maio de 2012 .
 
Os críticos da construção da usina afirmam ainda que, mesmo com o projeto de usina-plataforma e o reflorestamento do entorno, a construção causará danos à biodiversidade, afetando as correntes migratórias de várias espécies de peixes ornamentais e desrtruindo ninhos de araras, buritis e outras aves .

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