Policiais civis da delegacia do município paraense de Dom Eliseu, distante 440 km de Belém, cumpriram mandado de prisão temporária do circuleiro Raimundo Nonato Silva Rodrigues, conhecido pelo apelido de 'Aurílio'. Ele, que é natural de Chapadinha (MA), é acusado por vizinhos e pela própria família de ter abusado sexualmente das quatro filhas, de 14, 13, 10 e oito anos de idade, ao longo dos últimos dois anos.
A denúncia havia sido encaminhada ao Conselho Tutelar do município no mês de maio, mas somente no início deste mês a esposa do acusado, que terá a identidade preservada, teve as suspeitas confirmadas por meio de exames de conjunção carnal que constataram o abuso nas meninas.
A prisão de 'Aurílio' foi feita na casa em que ele residia, no bairro Bom Jardim, com o apoio de conselheiros tutelares e membros do Conselho Interativo de Segurança e Justiça (Cisju) do município.
Segundo consta do depoimento prestado pelo conselheiro responsável ao delegado José Alves Ferreira Filho, da delegacia de Dom Eliseu, as suspeitas começaram quando um anônimo ligou para o Conselho Tutelar, em 25 de maio, para denunciar que a filha mais velha havia sido estuprada pelo próprio pai.
A garota havia se mudado para Tailândia há poucos meses, traumatizada com o abuso. Foi quando a mãe da vítima foi convocada para depor no conselho municipal.
Junto à filha mais velha, a esposa de 'Aurílio' informou que trabalhava como empregada doméstica e só chegava em casa à noite, o que impedia que ela soubesse dos abusos. No entanto, sua filha começou a chorar diante do conselheiro e disse ter sido espancada e abusada sexualmente várias vezes.
Por meio de exame de conjunção carnal solicitado pelo Conselho Tutelar, foi constatado que a menina havia perdido a virgindade. As investigações prosseguiram em parceria com a polícia e, dias depois, descobriu-se que as irmãs de 13, 10 e oito anos da vítima haviam passado pela mesma situação.
Após ser preso, Raimundo Nonato disse estar muito arrependido do que fez. Ele, que é evangélico, diz ter sido 'possuído pelo demônio' e obrigado a estuprar as próprias filhas, mas nega ter sido violento com elas - no caso da filha mais velha, chegou a dizer que teria havido 'consentimento'.
Segundo o acusado, ele e sua família - que, além das quatro filhas e da esposa, ainda é composta por um menino de 12 anos - vivem há três anos em Dom Eliseu. Antes, residiam em Maracajá, onde trabalhava como circuleiro em uma empresa particular.
Um ano após a chegada, 'Aurílio', que estava desempregado, fez sexo com a filha mais velha, que então tinha 12 anos, penetrando-a uma única vez. Ele teria ejaculado em suas pernas, para evitar que engravidasse. As demais filhas foram sendo abusadas até início deste ano, por penetração ou sendo bolinadas.
O acusado só negou ter abusado da criança mais nova, mas assumiu ter sentido desejo por ela ao 'vê-la tomando banho'.A afirmação, no entanto, foi desmentida pelo depoimento da mãe, que conversou com a criança, e pelos exames que constatam os abusos praticados contra as quatro meninas. 'Aurílio' foi posto, então, no xadrez da delegacia de Dom Eliseu, onde permanecerá enquanto responde a processo na Justiça por estupro, com agravante por se tratar de crime hediondo, conforme previsto pelo Artigo 213 do Código Penal brasileiro. Em caso de condenação, sua pena poderá passar de dez anos de prisão.
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