terça-feira, 25 de agosto de 2009

Justiça libera família que matou padrasto


O advogado Ary Freitas Veloso, que atua na defesa dos irmãos que são acusados de assassinar e ocultar o corpo do próprio padrasto, crime ocorrido em maio deste ano, deverá ingressar esta semana com o pedido de relaxamento da prisão do principal acusado pelo crime, Leidivan dos Santos Silva, maranhense, 22 anos.

Dias após o crime, a juíza de Paragominas, Shérida Sheyla, concedeu liberdade provisória com arbitramento de fiança, aos outros dois envolvidos no caso, Lindalva dos Santos Silva, 38 anos, maranhense e seu filho David dos Santos Silva, maranhense, 21 anos.

Em contato com a reportagem, a magistrada ponderou que tanto David quanto sua genitora são acusados de ocultação de cadáver, crime afiançável.

À época, o crime revoltou e chocou a população de Paragominas.

Conforme consta no inquérito, Jhones Santos, maranhense, 55 anos, foi assassinado a golpes de faca pelos irmãos Leidivan e David, depois de uma discussão por causa de uma caixa de som.

Após o crime, o corpo da vítima foi enterrado no quintal da residência, local onde os criminosos construíram um banheiro.

Na Depol de Paragominas, na presença do delegado Rafael Silva, Leidivan assumiu a autoria do crime. Ele disse aos policiais que a vítima foi morta a pauladas e facadas após uma breve discussão com o irmão, Davi Silva, originada porque Jhones teria ordenado a Davi que diminuísse o volume de uma caixa de som, fato que acabou motivando a agressão.

Leidivan contou que quando viu o padrasto discutindo com seu irmão se armou com um pedaço de pau, desferindo uma violenta pancada na cabeça da vítima, que caiu no chão. Em seguida, Leidivan pegou uma faca e desferiu vários golpes que atingiram a barriga e o peito de Jhones, que morreu minutos depois.

Depois que o enteado confessou o assassinato, foi a vez de Davi Silva e da mulher do acusado relatar o crime aos policiais. Davi Silva ratificou as declarações de seu irmão, afirmando que não agrediu o padrasto. “Quem esfaqueou e deu a pancada na cabeça foi meu irmão”. Disse.

A companheira da vítima, a doméstica Lindalva dos Santos disse à polícia que a vítima era uma pessoa violenta e que era constantemente espancada pelo marido.

Depois de confessar o assassinato, Leidivan Silva forneceu os detalhes de como a família ocultou o cadáver.

Segundo ele, após a morte de Jhones, a mãe trancou as mulheres da casa em um quarto, até que ela e os filhos decidissem o que fazer com o cadáver do companheiro, que estava no chão, dentro do quarto do casal. Para a polícia, os assassinos contaram que consumiram cachaça e vinho, depois que mataram Jhones Nunes.

Depois da morte, que teria ocorrido por volta de 9 horas da noite, a mãe e os dois filhos passaram a noite discutindo o que seria feito com o corpo da vítima.

Conforme versão dos acusados, no dia seguinte, por volta de 8 horas da manhã, Leidivan e Davi Silva começaram a cavar um buraco no quintal da casa, para ocultar o cadáver de Jhones.

Quando terminaram de cavar, os dois irmãos colocaram um plástico na cabeça da vítima e enrolaram o corpo em uma rede, jogando-o em seguida dentro do buraco. Depois que enterraram o cadáver, os dois irmãos colocaram duas tábuas no local e cobriram toda a área com cimento.

Conforme versão de um dos criminosos, todo o trabalho de ocultação do corpo, que teria começado às 8 da manhã, só terminou por volta de 12:30.

Á época, em contato com a reportagem de O Regional, o delegado Rafael Silva, que presidiu o inquérito, disse que acredita que todas as pessoas da família, 8 pessoas no total, estariam, de alguma forma, envolvidas no crime, uma vez que nenhum membro comunicou o fato a polícia. “Uma criança de 6 anos disse que a vitima havia sido morta” Afirmou o delegado.

Para desenterrar e retirar o corpo, os dois irmãos gastaram cerca de 3 horas de tempo, sendo que os trabalhos foram dificultados pelo cimento, barro e a baixa iluminação do local. Apesar de ter sido enterrado há mais de 3 dias, o corpo de Jhones Nunes ainda estava em perfeito estado, apenas exalando mau cheiro.
O cadáver estava sem camisa, trajando apenas uma calça jeans.

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