quinta-feira, 23 de julho de 2009

JUIZ DECRETA PRISÃO DE POLICIAIS

Os policiais teriam praticado tortura, extorsão e ameaça de morte contra três pessoas da mesma família
O juiz da comarca de Rondon do Pará,Gabriel Ribeiro, decretou , na segunda quinzena de junho, a prisão preventiva de dois policiais militares acusados de torturar e extorquir duas pessoas acusadas de traficar drogas. Conforme a denúncia do MP, por volta de 23 horas do dia 17 de junho os policiais invadiram a residência do casal Valdinar Silva Ribeiro e Lucilene Costa de Souza (mulher de José). Conforme depoimento das vítimas, os PMs foram até a residência para extorquir dinheiro para não serem presas sob acusação de tráfico de drogas. No relato, as vítimas narraram algumas frases de ameaça ditas pelos PMs, tais como:” ninguém viu a gente entrando aqui, não estamos nem com viatura, a gente pode matar vocês três e sair daqui e ninguém vai saber que foi a gente”. Teriam dito os policiais.Diante da negativa das vítimas, os policiais teriam começado a protagonizar cenas de horror e barbárie. Após agredirem os três com uma série de socos e pontapés, os PMs conseguiram cerca de R$ 650 e, em seguida, foram até a casa de Valdeilson Silva Ribeiro - irmão de José - para extorquir mais dinheiro. Mas os PMs encontraram resistência, passando então a revirar a casa de Valdeilson e ameaçando-o de plantar droga no local. Ainda não satisfeitos, os PMs teriam conduzido as três vítimas algemadas até o Quartel da Polícia Militar de Rondon do Pará. No local, os PMs teriam forçado as vítimas a engolir duas colheres de sal e, logo em seguida, receberam ordens para beber dois litros de água em dois minutos, sob pena de serem espancados. Os PMs ainda teriam ameaçado as vítimas dizendo que teriam que engolir molho de pimenta. Após serem liberadas, as vítimas procuraram o Ministério Público para denunciar os PMs, ocasião em que sofreram ameaça de morte pelo celular. “Os fatos narrados pelo Promotor de Justiça, doutor Reginaldo Cézar Lima Álvares, são bastante graves, bem como há indícios suficientes para o deferimento do pedido de prisão preventiva, quer pela gravidade dos fatos e a truculência com que foram cometidos, ou pela audácia das ameaças de morte feitas às vítimas enquanto estas ainda estavam dentro das dependências do Fórum de Rondon do Pará, o que, por si só, merece atuação imediata do Poder Judiciário” sustentou no decreto o juiz Gabriel Ribeiro.Na representação pelas prisões preventivas o promotor Reginaldo Álvares, ressaltou que “a sensação de impunidade em Rondon do Pará deve ser expurgada. Este é o momento em que se pode resgatar a credibilidade nas instituições junto à população. Chega de exemplos de crimes sem investigação profunda. Basta de sensação de insegurança, principalmente quando a Polícia, que deveria representar a segurança é a primeira a violar os direitos. Se, é verdade que o 'Pará é terra de direitos' como tal deve seus Agentes se portar, e não o contrário” sustentou o representante do MP.Os policiais militares estão presos no Comando Militar do 4ª Batalhão da PM de Marabá, para que não atrapalhem o andamento das investigações. O juiz aguarda denúncia do MP.

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